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A hora de se reinventar - Gestão Escolar

A hora de se reinventar - Gestão Escolar | Inovação Educacional | Scoop.it

O fim da hiperinflação, na década de 1990, marcou o início de uma longa noite para a escola privada brasileira, ao revelar uma administração precária e amadora, até então salvaguardada pela alta demanda, com a fuga da classe média das escolas públicas, e pela ciranda das aplicações financeiras das mensalidades, muitas vezes indexadas em dólar. Seguiu-se, en­tão, um longo período de quebras, fusões e remodelagem, que ainda não terminou. Mas já é possível ver um cenário de profissionalização na gestão surgindo, estimulado em parte pelo processo sucessório, em parte pelo atual ambiente econômico, caracteriza­do pela competitividade, pela inovação tecnológica e pelas novas demandas educacionais. A escola particular se esforça para reencontrar seu espaço, em um tempo em que a sociedade aposta todas as fichas na educação.

Para desenhar o quadro dos desafios que esperam a rede privada, Educação ouviu consultores e traçou o perfil de dez gestores escolares de todo o país, como o leitor acompanha a partir da página 40.

Os diretores ouvidos nesta reportagem são representativos de diferentes tendências de gestão pe­­dagógica, administrativa e financeira das escolas particulares. Não devem, portanto, ser vistos como modelos a serem seguidos, mas como profissionais que se esforçam para compreender o atual contexto da escola particular e construir caminhos de aprimoramento da qualidade, em diferentes âmbitos.


Para chegar aos nomes selecionados foram ouvidos mais de uma dezena de consultores, gestores e prestadores de serviço. Foi dada preferência às indicações coincidentes das diferentes fontes. Também foram critérios a diversidade de perfis de escolas e a distribuição das escolas pelo território nacional.
divisor de águas

“No campo pedagógico, as escolas estão atrasadas, perderam o bonde da inovação. No campo da gestão, o problema se dá na falta de instituições que capacitem gestores educacionais de fato e na metodologia de tomada de decisão, que, quando muito, se utiliza de ferramentas de administração de empresas inadequadas para instituições educacionais”, analisa Eugênio Cordaro, presidente da Corus Consultoria. “O momento atual é um divisor de águas: os que seguirão em frente e os que sucumbirão”, diz.

Na visão do consultor José Ernesto Bologna, o momento é um ponto de viragem e, em cinco anos, as instituições mais competentes terão mudado radicalmente e as crianças nascidas hoje chegarão à idade escolar dentro de um novo perfil de colégio. Para ele, no entanto, o que marca esse novo modelo não são diferenciais como as instalações físicas ou a capacidade de preparar bem o aluno do ponto de vista acadêmico. “O que será decisivo no negócio será a capacidade de fazer a escola conversar com o que não é escola, ou seja, com a sociedade viva, abrindo para o mundo uma instituição que foi se fechando em si mesma”, diz.

Na prática, isso significa que o novo gestor não é o que coloca a escola nos eixos do ponto de vista administrativo, mas aquele que saberá entender e posicionar a instituição para responder às novas demandas sociais que surgem.

Se boas escolas particulares foram responsáveis por introduzir muitas das inovações metodológicas no ensino brasileiro desde a década de 1970, hoje, salvo exceções, o sistema patina. Diferentes estudos sobre o Pisa mostram que, ainda que se considerem apenas os resultados dos alunos da rede privada, o ensino do Brasil está muito aquém dos padrões internacionais. Os resultados da escola particular no Ideb estão praticamente estacionados. Nos anos finais do ensino fundamental, variou de 5,8 para 6,0, desde 2005. Está abaixo da meta estabelecida pelo MEC para 2011 e longe da meta para 2021, que é de 7 pontos. No ensino médio, o Enem mostra que, excetuada uma elite de colégios que se revezam nos primeiros 100 lugares, a média de desempenho dos alunos do ensino privado deixa a desejar. Em 2012, quase metade das escolas privadas pontuou abaixo da média do ano anterior.

Juiz vestibular
Nesse campo, porém, a objetividade do problema colocado para as escolas torna o desempenho acadêmico um critério consensual. “A competição é cada vez mais acirrada e os concorrentes, difusos. Basta ver o Enem, que trouxe competição muito maior em mercados como São Paulo e Rio de Janeiro, com alunos vindos de fora para concorrer por vagas em universidades com sede local”, analisa o consultor Marcelo Maghidman.

O que ele chama, porém, de “juiz vestibular” vai se ampliando para outros critérios de aferição mais complexa. “O tempo dirá se a escola será capaz de oferecer a formação para a vida, a capacidade de competir e ser solidário, de formar um ser ético, empreendedor, produtivo, investigador, crítico, resiliente, equilibrado, poliglota, com capacidade para seguir aprendendo e, se for possível, feliz”, diz Maghidman, elencando algumas das expectativas que se lançam sobre a escola.

Somam-se a esse quadro mudanças profundas nas próprias relações entre sociedade, cultura e escola, catalisadas por uma revolução tecnológica sem precedentes. “A tecnologia permite e viabiliza maneiras inteiramente novas de conceber a relação de ensino e a construção de aprendizagem. Antigas muralhas já estão ruindo, novos desenhos, ainda em esboço, reprogramam o cenário”, diz Bologna. Ou seja, é tudo, ao mesmo tempo e agora.

Para dentro e para fora
Se os rumos pedagógicos fazem os gestores das escolas particulares dormir mal, a gestão administrativa e financeira também lhes tira o sono. Para Maurício Berbel, da Alabama Consultores, as escolas particulares vivem um momento de redução de suas margens. “Os custos crescem em taxas acima da inflação, tanto por conta dos aumentos reais, decorrentes dos acordos coletivos de reajustes salariais, quanto pelas novas demandas de investimentos em produtos e serviços tecnológicos”, diz. Ao mesmo tempo, na visão do consultor, as receitas esbarram no limite orçamentário das famílias e na competição entre as escolas.

Para ele, tudo fica ainda mais difícil com a tributação excessiva e as exigências legais, como obras de acessibilidade, que acarretam custos às instituições privadas. Trata-se de um ambiente institucional que cria e modifica regras sem considerar a viabilidade de seu cumprimento – especialmente quando se leva em conta que a grande maioria das escolas privadas é de pequeno porte, com menos de 300 alunos.

É esse cenário que vem favorecendo a reorganização do setor. Embora avesso à futurologia, o Maghidman acredita que o movimento vivido pelo ensino superior deve chegar à Educação Básica. “Vamos ver cada vez mais fusões e aquisições, economias de escala, diminuição do número de instituições, especialização e diferenciação por nichos, serviços focados em seus públicos e propostas, ao mesmo tempo que modelos replicáveis ganham corpo e volume”, avalia. No mesmo contexto de novas tendências, ele diz que aumentará a entrada de capital estrangeiro e fundos em escolas particulares e se intensificará o movimento de internacionalização do ensino.

Para o gestor das escolas particulares, portanto, tornar a escola viável envolve olhar para dentro e também para fora da instituição, o que não faz parte da cultura brasileira. “Eu gostaria muito que as escolas conseguissem pensar no futuro, mas não são capazes. A maioria só consegue se planejar até o final do ano letivo, ou, no máximo, dois anos. Estão vivendo o dia a dia, e isto não é futuro”, lamenta Eugênio Cordaro.

Para ele, o planejamento estratégico deveria forçar as escolas a pensar nos próximos cinco ou dez anos, mas há dificuldade em fazer isto. “Temos escolas boas que vão sobreviver, mas 70% das escolas são pequenas, com poucos recursos humanos e financeiros”, diz. Para Eugênio, a falta de bons professores é outro problema com o qual as escolas já começam a conviver. Por isso, o investimento em educação continuada deve fazer parte do horizonte de qualquer instituição de ensino.

Se há consolo para os gestores, é que a angústia de se reinventar não é exclusividade das escolas. O mundo corporativo já vem sendo sacudido pela onda de transformações há anos e mostra que onde há crise, há também oportunidades.

Para José Bologna, as escolas que se preocupam verdadeiramente em entender o novo cenário, em especial as mudanças trazidas pela inovação tecnológica, são as mais otimistas. “Investir nesse futuro agora não é só imprescindível, como será recompensador. As escolas que hoje se mostram despreocupadas, considerando que poderão seguir os mesmos caminhos por mais 15 anos, estão fadadas ao declínio, lento, sim, porque escolas tanto aglutinam como perdem prestígio e respeitabilidade lentamente, mas perderão”, diz.

João Carlos Martins 
Diretor-geral do Colégio Renascença, São Paulo (SP)

 Historiador e pedagogo, com mestrado em Educação e doutorado em Psicologia, João Carlos Martins viveu, ao longo de sua carreira, muitas experiências como gestor profissional – um perfil ainda raro na administração das escolas particulares. Mais recentemente, na direção do Colégio Renascença, assumiu o desafio de profissionalizar a gestão da instituição e promover a renovação pedagógica.

Para ele, a pedra angular da construção da escola do futuro será a colaboração – tanto no ambiente pedagógico, em que a tecnologia permite práticas interativas, como na gestão escolar. “A escola será calcada numa gestão participativa cada vez maior, com alunos, professores, gestores e demais funcionários trabalhando juntos em torno de desafios”, diz.

No campo administrativo, a seu ver, a escola precisa ter rigor e controlar tudo – do número de funcionários ao destino de cada recurso – para que os processos não fiquem soltos. “Esta é a única forma de investir onde realmente é preciso, no projeto pedagógico. O bastidor precisa estar bem organizado para que o palco, que é o setor pedagógico, funcione bem.”

 

Adriana Cury Sonnewend
Diretora- geral da Escola Santi, São Paulo (SP)

Nascida em uma família de em­presários, Adriana Cury Sonnewend, 41, graduou-se e pós-graduou-se em administração de empresas. Mas à medida que estudava sentia a necessidade de visualizar processos do início ao fim. Foi quando voltou seus olhos para uma pequena empresa que já fazia parte do grupo e da qual era uma herdeira natural – a Escola Santo Inácio, hoje Escola Santi. Quando se formou, em 1995, a escola era dirigida pelo pai e pela mãe. “Vi tantas possibilidades de melhorias administrativas que pedi para trabalhar lá”, lembra.

Desde então, Adriana usa na escola princípios da boa administração. Elaborou o planejamento estratégico, criou um plano de gestão de pessoas, implantou novas tecnologias na gestão e na área pedagógica, desenvolveu a gestão participativa, entre outras ações que resultaram numa empresa familiar profissionalizada, em processos saudáveis e no crescimento de 50% do número de alunos nos últimos cinco anos. Hoje a Escola Santi atende 660 alunos da educação infantil e do ensino fundamental – a maioria residente nos bairros do Paraíso, Vila Mariana e Jardins.

Adriana ressalta que seu princípio de gestão tem como característica o envolvimento de todos. “Nosso planejamento estratégico é feito de forma participativa, de maneira que os objetivos e as ações decorrentes estejam claros, alinhados e compartilhados”, descreve. Para ela, o desafio da gestão educacional para o futuro é fazer com que a escola se transforme num ambiente de desenvolvimento. “Mais do que ser simplesmente um espaço de ensino e aprendizagem de conteúdos, a escola deve ser um lugar onde todos que estejam ali sintam que se tornam seres humanos melhores. Vejo nisso um papel fundamental dos líderes. É indiscutível a necessidade de detectar o que a sociedade precisa em termos de formação.”

 

Alexandre Abbatepaulo 
Diretor-geral da Escola Lourenço Castanho, São Paulo (SP)

Apostando na meritocracia, Alexandre Abbatepaulo ajudou a Escola Lourenço Castanho a se recuperar de dificuldades que vivia desde o final da década de 1990. Químico, de 45 anos, iniciou sua vida profissional como pesquisador nos Estados Unidos. Voltando ao Brasil, abriu um curso pré-vestibular, passou a lecionar e foi coordenador pedagógico. Em 2006, chegou à Escola Lourenço Castanho, onde se tornou diretor-geral.

Desde então, seu objetivo é perseguir resultados, sem perder de vista a essência da instituição. A escola, que conta com um Núcleo de Inovação e Desenvolvimento Profissional e uma Incubadora de Projetos Digitais, formada por coordenadores e professores, prevê incrementar os investimentos pedagógicos em tecnologia educacional e formação de professores. “A sustentabilidade da escola privada depende de um projeto pedagógico que forme os alunos para as competências do século 21, acompanhado da devida eficiência”, acredita.

 

Adriana Karam Koleski
Superintendente educacional do Grupo Educacional Opet, Curitiba (PR)

Em um cenário em que a educação pública avança, com investimentos, melhores salários e condições gerais, a escola particular deve estar atenta, pois isso pode ser uma ameaça. “A exemplo do que já ocorre nos Estados Unidos, o espaço das escolas particulares no mercado tende a diminuir e cada uma precisará deixar claro o que tem a oferecer”, acredita a superintendente educacional do Grupo Educacional Opet, Adriana Karam Koleski, de 43 anos. Nessas condições, Adriana acredita que o momento atual também representa uma oportunidade para as escolas particulares aprenderem a se posicionar. “Com a melhoria de renda, a escola particular pode ser objeto de desejo para as camadas ascendentes”, acredita.

Comandando dez mil alunos, Adriana acredita que a receita do sucesso de uma boa administração escolar passa pela valorização do profissional de educação. “O que não quer dizer que isso se resume a salário. É preciso ajudar os professores a alcançar melhores resultados”, acredita. O imprescindível processo de inovação do ambiente educacional tem como condição a aprendizagem docente. “Desde o meu mestrado venho pesquisando formas de trabalhar e vejo que a chave está em lhe propiciar oportunidades”, afirma.

Na sua visão, outro obstáculo a ser superado é a gestão do conhecimento para promover o equilíbrio entre as áreas pedagógica e administrativa. “Apenas o olhar do pedagogo não basta. O profissional do futuro deve ter uma visão sistêmica”, diz.

 

Ênio Silveira
Diretor-geral e proprietário do Colégio Antares, Fortaleza (CE)

Ainda menino, no quintal de sua casa, Ênio Silveira, 56, descobriu a vocação pelo ensino. “Com 10 anos entrei no Colégio Militar e comecei a dar aulas para os meus amigos. Queria que eles também fossem admitidos”, recorda. Mais tarde, já cursando engenharia, lançou seu primeiro empreendimento, o Curso Antares, cuja missão era preparar os alunos para as provas de ingresso no Colégio Militar. O passo seguinte foi fundar a rede de ensino Geo Studio. Em 1998 fundou o Colégio Antares.

A cada três anos, o Antares abre uma nova unidade. Atualmente conta com 5,2 mil alunos. “Nosso objetivo é ter núcleos com até 1.100 alunos”, afirma Ênio. Para o gestor, o principal desafio é a capacitação do professor. “Com investimento em formação, claro, mas também nas competências relacionais e socioemocionais”.

Outro ponto que, a seu ver, ainda é uma fragilidade das escolas e merece atenção dos gestores é a relação com as famílias. “Cabe a nós facilitar os canais de comunicação para que elas se aproximem da escola. A tecnologia está aí para ajudar, mas isso não exclui as conversas pessoais”, defende Ênio.

No plano administrativo, a receita de Ênio Silveira é fazer um acompanhamento rígido dos processos. “A sustentabilidade do sistema privado de ensino depende de controle administrativo, contábil e financeiro, em um sistema integrado que permita comparar, acompanhar o dia a dia, prestar contas, bem como avaliar resultados e oportunidades”, avalia. “A ideia é nunca perder os limites. Trabalho isso como se fosse uma bíblia, para ter uma empresa saudável financeiramente e atuar a serviço do pedagógico”.

 

Andrea Andrade
Diretora da Esfera Escola Internacional, São José dos Campos (SP)

A Esfera Escola Internacional é um exemplo de escola que nasceu no século 21, em plena crise da rede particular, com uma proposta que atende a uma demanda crescente da sociedade: a ênfase na internacionalização. Com projeto bilíngue português-inglês, a escola localizada na cidade de São José dos Campos, interior paulista, possui certificações internacionais e programas de intercâmbio.

“Hoje é uma obrigação entregar a competência, no mínimo, bilíngue, num mundo interconectado. Esse deveria ser um compromisso das instituições privadas, que são as que trazem a inovação para o país”, acredita a gestora Andrea Andrade, que decidiu criar sua própria escola, com sócios, depois de passar por um grande colégio paulista, pela consultoria PricewaterhouseCoopers e pelo Yázigi. No processo de gestão que caracteriza seu trabalho, Andrea ressalta a importância dos indicadores de desempenho para fazer análises precisas e planejamentos compatíveis com a demanda. “Sem eles, é impossível avaliar e melhorar a performance.” Pesquisas de efetividade e satisfação também são usadas para medir como a comunidade escolar percebe a prestação de serviço e o cumprimento das metas acadêmicas. “Um dos desafios da rede privada é garantir o equilíbrio financeiro das escolas. A educação de boa qualidade é cara porque exige investimento em formação, em equipamentos e na remuneração dos melhores profissionais.”

 

Maria Lúcia Azevedo
Diretora-geral do Colégio CEI – Centro de Educação Integrado, Natal (RN)

Aos 77 anos, Maria Lúcia Azevedo é um bom exemplo da nova atitude de gestores educacionais brasileiros. Após 42 anos à frente do Colégio CEI, em Natal, passou o bastão da direção pedagógica para a filha e voltou seus esforços de aprendizado e dedicação para a gestão escolar. Com 2.200 estudantes, o CEI começa agora a estudar a possibilidade de parcerias. “Para as escolas de portes médio e grande, a tendência é a associação com grandes grupos de ensino. Nesse movimento de mercado, a profissionalização da educação tende a ser um dos benefícios para a clientela”, acredita Maria Lúcia. Para a gestora, a aglutinação é um dos caminhos para os colégios particulares, muito embora acredite que as “escolinhas de bairro” continuarão a existir, ocupando seus nichos e mantendo-se com o baixo custo operacional.

Já para crescer, Maria Lúcia vê como gargalo a falta de professores. Há também desafios regionais, como a migração de docentes e alunos para as escolas técnicas federais, em expansão. Enquanto isso, Maria Lúcia segue o trabalho realizado no CEI, baseado na gestão democrática, tomando as decisões de forma coletiva, o que garante, na visão de sua diretora-geral, o comprometimento de todos os profissionais.

 

Eldo Pena Couto 
Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, Belo Horizonte (MG)

Muitos gestores conduzem a escola como navegadores sem bússola. Para o biólogo Eldo Pena Couto, diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, de Belo Horizonte, essa é uma das grandes dificuldades vividas nas escolas particulares. “O primeiro dilema é não ter clareza de aonde se quer chegar e do que se quer oferecer. Por isso, adotam-se modismos, sem certeza do resultado que se espera”, resume. A seu ver, para reduzir a imprevisibilidade, é fundamental que o gestor trabalhe sobre indicadores. “Ainda existe a tendência de achar que, na escola, tudo o que se faz é subjetivo e de difícil mensuração. Mas o que não se mede não se gerencia.”

O perfil de Eldo Pena Couto é exemplo do ecletismo exigido pela função. A partir do momento em que se tornou coordenador pedagógico, sentiu necessidade de aprender sobre finanças, contabilidade e administração. Por isso, fez MBA em Gestão Empresarial e, em breve, será mestre em Administração. “Os gestores – diretores e donos de escola, que normalmente são ex-professores, ou herdeiros – acabam tocando o negócio de forma intuitiva. Por outro lado, muitas vezes, um expert em Administração, mas alheio à Educação, não funciona no ambiente escolar porque falta sensibilidade para integrar-se ao campo pedagógico.”

 

Margarete Bertogna dos Santos
Diretora do Externato Nossa Senhora Menina, São Paulo (SP)

Fluxo de caixa, receita operacional, administração de recebíveis: conceitos típicos da gestão escolar agora fazem parte do dia a dia da Irmã Margarete Bertogna dos Santos. Aos 44 anos, pedagoga, graduada em história, ela assumiu o desafio de modernizar a gestão do Externato Nossa Senhora Menina, na zona leste de São Paulo. Assim, ela representa o desafio vivido pelas escolas católicas, entre a tradição e a modernidade de um cenário competitivo que põe em risco a sobrevivência das instituições.

“A sustentabilidade passa pela implantação das melhores práticas de governança corporativa, ou seja, procedimentos e controles internos, como no tocante à administração de recebíveis e à otimização dos recursos”, diz a Irmã, no melhor vocabulário de gestão administrativo – área que ela escolheu para se pós-graduar. Para ela, a gestão pedagógica deve andar junto à gestão administrativo-financeira na construção do orçamento anual. Nessa hora, ensina, é fundamental ter claros dados como a receita e a despesa operacional, formação de turmas rentáveis, considerando serviços como período integral e atividades extracurriculares. Embora se destaque pela competência na gestão, Irmã Margarete diz que seu objetivo não é consolidar carreira. “Só quero me preparar cada vez mais para cumprir a missão que me foi confiada. Bons resultados são frutos de organização, planejamento, explicitação de metas e prioridades, avaliação permanente, normas e condutas claramente definidas.”

 

Victor Affonso Pignaton
Diretor-financeiro do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, Vitória (ES)

Administrador de empresas, Victor Affonso Pignaton, 37, se preparou para assumir a direção financeira do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, criado por seus pais na década de 1990. Com 1.200 alunos, a escola que dirige tem, entre suas peculiaridades, a política de manter estável o número de alunos, sem crescer. Investindo sempre em qualidade, mantém um programa permanente de formação de professores, com atividades semanais.

Para Victor, o grande desafio da área administrativa é entender que toda a sua estrutura está a serviço da área pedagógica. A formação contínuada dos professores é uma das prioridades do gestor. Outra preocupação constante é a estreita relação entre escola e família, na medida em que 75% dos alunos estudam em período integral e quase metade permanece à noite para atividades extracurriculares. “Com isso, a escola assumiu, algumas vezes de forma involuntária, um papel cada vez maior na formação de valores, o que é um desafio, pois nem sempre eles estão completamente alinhados aos da família”, avalia. “Somos uma escola de perspectiva cultural. Mas, enquanto empresa, defendemos a qualidade.”  

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024

O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024 | Inovação Educacional | Scoop.it

Por Luciano Sathler.

Muitas lideranças à frente de Instituições de Ensino Superior (IES) estão com dúvidas sobre o que fazer para enfrentar o cenário, que foi profundamente alterado nos últimos anos e, ao que tudo indica, terá sua transformação acelerada daqui para frente.

Muitos já desistiram. De 2018 a agosto de 2023, houve o descredenciamento voluntário de 245 Instituições de Ensino Superior (IES) e outros 79 processos desse tipo estavam em andamento junto ao MEC. 

Ao mesmo tempo, 700 novos pedidos de credenciamento institucional foram protocolados junto ao MEC, sendo 478 destes focados em Educação a Distância. Esses dados eu obtive junto ao Ministério da Educação, após uma consulta com base na Lei da Transparência. 

A julgar pelas notícias das novas IES que já conseguiram se credenciar, há um novo modelo nascente, com pouco ou nenhum capital imobilizado em imóveis, modelos pedagógicos inovadores e atuação em nichos, tais como negócios, tecnologia, agro ou economia criativa, por exemplo.

O BÁSICO 

Para quem quiser permanecer no segmento é urgente alcançar a máxima eficiência nas atividades-meio, com intensificação de uso da tecnologia para melhorar a experiência dos estudantes, suas famílias, as empresas e a comunidade que se relacionam com a IES. 

Finanças, contabilidade, gestão de espaços físicos, compras, marketing, captação e financiamento dos alunos são exemplos de processos e áreas que passaram por uma ampla profissionalização, especialmente após a ascensão dos grandes grupos consolidadores. 

Claro que a sustentabilidade econômico-financeira é a base para tanto, por isso trata-se de uma busca permanente adequar-se aos melhores indicadores de gestão.

O BOM 

Diante do acirramento do cenário competitivo, as Instituições de Ensino Superior (IES) que buscam se diferenciar e serem percebidas por melhor qualidade precisarão estabelecer fortes vínculos com a comunidade na qual se inserem, especialmente com o desenvolvimento de arquiteturas curriculares que permitam maior diálogo com o mundo do trabalho. 

Realizar a extensão universitária e a pesquisa aplicada intrinsecamente relacionadas ao ensino, numa trajetória marcada por certificações intermediárias e microcertificações que ressaltem as competências desenvolvidas ao longo do curso, com foco primordial no desenvolvimento regional.

As mudanças no mundo do trabalho pedem que os discentes sejam apoiados já durante os estudos para ampliar o sucesso da sua inserção profissional, para que atuem na mesma área de sua formação, tenham uma renda mais alta do que as pessoas que concluíram apenas o Ensino Médio e a capacidade de aprender sempre para manter a sua trabalhabilidade, um conceito que é mais amplo do que a empregabilidade. 

As carteiras digitais de competências, parte do movimento dos Learning Employment Records – LER, tornam-se algo a ser individualizado, pois armazenam e compartilham comprovações de experiências, estudos e trabalhos com segurança e interoperabilidade, para que a gestão algorítmica valorize os egressos ao longo da vida. 

As IES que quiserem ter perenidade precisarão colaborar com a maior sofisticação da matriz produtiva dos locais onde estão para gerar mais oportunidades de trabalho, especialmente de caráter empreendedor, o que vai ajudar que seus diplomas sejam também mais valorizados pela sociedade. 

Todas as IES precisam ter a sua própria estratégia para a EAD e o Ensino Híbrido, mesmo que seja para assumir um posicionamento fortemente calcado no presencial. Caso seja essa a opção, é preciso ressignificar os encontros síncronos no mesmo local, para que sejam mobilizados pelas metodologias ativas. 

O melhor é estabelecer um modelo próprio de EAD, ainda que como estratégia para blindar a sua região de influência aproveitando a força da marca e a presença de um campus bem estruturado. Ao ponto do estudante ser beneficiado com tudo de melhor que uma Instituição oferece no presencial, seja qual for a modalidade que escolha.

O BELO

As plataformas de inteligência artificial (IA) geradoras de imagens, textos, áudios, vídeos, avaliações de aprendizagem e capazes de criar agentes conversacionais que interagem com as pessoas são um fenômeno de crescente adoção nas Instituições de Ensino Superior (IES). 

Torna-se cada vez mais fácil, econômico e rápido criar, remixar ou atualizar recursos didáticos digitais com a utilização de IA, com pouca ou nenhuma intervenção humana. As empresas que trabalham com a oferta de conteúdos e os docentes enfrentarão desafios diante dessa realidade, a exemplo do que já está acontecendo com os roteiristas e atores do audiovisual, jornalistas e empresas de mídia, agências de propaganda e marketing, arquitetos, engenheiros, advogados, dentre outros setores que têm a informação como sua matéria-prima principal.  

Os tutores virtuais habilitados por IA se tornarão cada vez mais presentes na vida dos estudantes e de qualquer um interessado em aprender, seja algo oferecido pelas IES ou mesmo um assistente pessoal a fazer parte do cotidiano, Inteligência Artificial embarcada nos carros, aparelhos celulares, na televisão e até em outros eletrodomésticos. 

A tradução simultânea e a sincronização labial permitirão que a internacionalização seja uma possibilidade ao alcance de quaisquer IES, independentemente do porte ou localização. Professores e pesquisadores de outros países poderão interagir com estudantes no Brasil de forma síncrona ou assíncrona, com a mesma familiaridade que as videochamadas e a troca de mensagens instantâneas são praticadas hoje por ampla parcela da população. As fronteiras físicas se dissolvem e será comum concorrer com universidades mundialmente renomadas, com o fim da barreira da linguagem. 

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Mato Grosso edita resolução que restringe cursos EAD

Mato Grosso edita resolução que restringe cursos EAD | Inovação Educacional | Scoop.it

O Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT) editou uma resolução que restringe a oferta de cursos na modalidade de Educação a Distância (EAD) no estado. A partir de agora, somente poderão ofertar cursos EAD as unidades educacionais públicas ou privadas que possuam credenciamento há mais de dois anos e autorização para pelo menos um curso presencial no sistema estadual de educação de Mato Grosso.
A medida segue a mesma linha de resoluções já adotadas pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O objetivo é garantir a qualidade dos cursos EAD e evitar que instituições de baixa qualidade ofereçam esse tipo de ensino.

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Pesquisa mostra que escolas com maioria de alunos negros têm infraestrutura pior

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (16) pelo Observatório da Branquitude, organização que estuda as desigualdades raciais no Brasil, com base em dados do Censo Escolar de 2021, mostrou que escolas públicas em que a maioria dos estudantes é negra têm estrutura pior do que as unidades em que a maior parte das matrículas é de brancos.
As escolas foram separadas em duas categorias: escolas predominantemente brancas, com 60% ou mais de alunos autodeclarados brancos e escolas predominantemente negras, com 60% ou mais de alunos autodeclarados pretos ou pardos.

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Por que Harvard, após queda de reitora e decisão judicial sobre cotas, mudou seu ‘vestibular’?

Por que Harvard, após queda de reitora e decisão judicial sobre cotas, mudou seu ‘vestibular’? | Inovação Educacional | Scoop.it

A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, anunciou na última semana que vai restabelecer os testes padronizados como requisito de admissão e se torna a mais recente entre as principais instituições de ensino americanas a mudarem seus processos seletivos.
Estudantes que se candidatarem para ingressar em Harvard a partir do outono de 2025 serão obrigados a enviar pontuações dos testes SAT ou ACT (provas padronizadas, parecidas com o Enem brasileiro).
A universidade disse, porém, que alguns outros resultados de testes serão aceitos em “casos excepcionais”, incluindo o International Baccalaureate (certificado emitido por uma organização independente, com sede na Suíça).
Antes, Harvard havia afirmado que manteria sua política opcional de testes até a turma de entrada do outono de 2026.
Poucas horas após o anúncio de Harvard, o CalTech, um instituto de ciência e engenharia, também disse que estava restabelecendo seus requisitos para candidatos à admissão no outono de 2025.
As escolas estavam entre quase 2 mil faculdades americanas que eliminaram os requisitos de pontuação de testes nos últimos anos, tendência que se intensificou na pandemia, quando foi mais difícil para os estudantes acessarem locais de teste.
A eliminação dos requisitos de pontuação de testes foi amplamente vista como ferramenta para ajudar a diversificar as admissões, encorajando estudantes pobres e minorias que tinham potencial mas não obtinham boas notas nos exames. Mas apoiadores dos testes afirmaram que, sem as pontuações, ficou mais difícil identificar estudantes promissores.
Ao explicar sua nova decisão, Harvard citou estudo da Opportunity Insights, que descobriu que as pontuações dos testes eram melhor ferramenta para prever o sucesso acadêmico na faculdade do que as notas do ensino médio. Além disso, esses resultados podem ajudar os responsáveis pelas admissões a identificarem estudantes talentosos de grupos de baixa renda que poderiam passar despercebidos.
“Os testes padronizados são um meio para todos os estudantes, independentemente de seu contexto e experiência de vida, fornecerem informações que preveem o sucesso na faculdade e além,” disse Hopi Hoekstra, decano da Faculdade de Artes e Ciências, em comunicado sobre a mudança.
“Em resumo, mais informações, especialmente informações tão fortemente preditivas, são valiosas para identificar talentos em todo o espectro socioeconômico,” ela acrescentou.
O CalTech, em Pasadena, Califórnia, disse que o restabelecimento dos requisitos de testes reafirmou o “compromisso da escola, como uma comunidade de cientistas e engenheiros, de usar todos os dados relevantes em seus processos decisórios.”
Harvard e CalTech juntam-se a um número crescente de escolas, notáveis por sua seletividade, que desde então reverteram suas políticas, incluindo a Universidade Brown, Universidade Yale, Dartmouth College, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, Universidade Georgetown, Universidade Purdue e a Universidade do Texas em Austin.
Harvard vive momento de guinada
Para Harvard, a mudança ocorre em um momento de transição, e talvez um retorno a políticas mais conservadoras.
Em junho, a Suprema Corte derrubou o uso de critérios raciais nos processos seletivos envolvendo Harvard e a Universidade da Carolina do Norte, levantando temores de que, com o fim da ação afirmativa, essas escolas se tornariam menos diversas.
E, em janeiro, a primeira presidente (cargo com funções similares às de um reitor no Brasil) negra de Harvard, Claudine Gay, renunciou sob pressão de críticos que disseram que ela não agiu com força suficiente para combater o antissemitismo no câmpus após o ataque de outubro do Hamas contra Israel.
Além disso, houve acusações crescentes de plágio em seu trabalho acadêmico, o que ela nega.
Alan Garber foi nomeado presidente interino, enquanto o decano da faculdade de Direito, John Manning, tornou-se o reitor interino, o segundo cargo administrativo mais alto da universidade.
Manning é considerado um forte candidato potencial para substituir Gay. Seu histórico se destaca por suas associações conservadoras, tendo sido assistente do ex-juiz da Suprema Corte americana Antonin Scalia.
No clima atual no câmpus, um retorno às pontuações de testes pode ser visto como um retorno à tradição. Isso também pode abordar preocupações de muitos pais de que o processo de admissão ao ensino superior, especialmente em instituições de elite, é inescrutável e desconectado do mérito.
As aplicações para Harvard caíram 5% este ano, enquanto muitas das outras instituições similares viram aumento, sugerindo que a recente turbulência pode ter afetado sua reputação. Mas ainda assim, recebeu número impressionante de inscrições de graduação — 54.008 — e admitiu apenas 3,6%. Exigir pontuações de testes poderia tornar mais gerenciável a triagem de inscrições.
Testes padronizados fazem uma boa seleção?
Críticos dos testes padronizados há muito levantam preocupações de que os testes ajudam a fomentar a desigualdade porque alguns estudantes mais ricos melhoram suas pontuações por meio de tutoria de alto custo.
Mas estudos recentes encontraram que as pontuações dos testes ajudam a prever notas durante a faculdade, chances de formatura e sucesso pós-diploma. Também apontam que as pontuações desses exames são mais confiáveis do que as notas do ensino médio.
No entanto, Robert Schaeffer, diretor de educação pública na FairTest, organização que se opõe aos testes padronizados, disse que a análise da Opportunity Insights havia sido criticada por outros pesquisadores.
“Esses estudiosos dizem que, quando você elimina o papel da riqueza, as pontuações dos testes não são melhores do que o GPA (média de notas) do ensino médio,” ele disse, acrescentando que não está claro se esse padrão é verdadeiro para faculdades com processos seletivos altamente competitivos, como Harvard.
Schaeffer disse que ao menos 1.850 escolas permanecem com a política de testes opcionais, incluindo Michigan, Universidade Vanderbilt, Wisconsin e Universidade de Syracuse. “A grande maioria das faculdades não exigirá pontuações de testes.”
Uma exceção, ele disse, poderia ser o sistema da Universidade da Carolina do Norte, que está considerando um plano para exigir testes, mas apenas para aqueles estudantes com um GPA abaixo de 2.8.
Reconhecendo as preocupações dos críticos, Harvard disse que reavaliaria a nova política regularmente. A instituição disse que as pontuações dos testes seriam consideradas juntamente com outras informações sobre experiência, habilidades, talentos, contribuições para comunidades e referências do candidato. Eles também serão analisados no contexto de como outros estudantes estão se saindo na mesma escola de ensino médio.
“Os oficiais de admissões entendem que nem todos os estudantes frequentam escolas bem estruturadas, e aqueles que vêm de origem econômica modesta ou são a primeira geração na família a frequentar a faculdade podem ter tido menos oportunidades para se prepararem para testes padronizados,” disse William Fitzsimmons, decano de admissões e ajuda financeira de Harvard, em comunicado.
Harvard disse que, no interesse de selecionar um corpo estudantil diversificado, aprimorou a ajuda financeira e intensificou o recrutamento de estudantes de minorias ao se juntar a um consórcio de 30 universidades públicas e privadas que recruta alunos de comunidades rurais.

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CNPq: pesquisadores criticam programa de repatriação

CNPq: pesquisadores criticam programa de repatriação | Inovação Educacional | Scoop.it
Os críticos argumentam que a solução é temporária, desvaloriza o pesquisador nacional e que a medida expõe a falta de mercado de trabalho para a categoria. "Preferem qualquer um que tenha um papel emitido fora do país que investir na gente que tá aqui", opina um usuário.
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Pesquisa Novo Ensino Médio | UNESCO

Pesquisa Novo Ensino Médio | UNESCO | Inovação Educacional | Scoop.it
Pesquisa Nacional sobre a Implementação da Reforma do Ensino Médio Lei 13.415 de 2017: percepções dos gestores, docentes e estudantes de escolas públicas estaduais no Brasil.
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Sob pressão, governo federal vive conflito de agendas entre o Ministério da Educação e a equipe econômica

Sob pressão, governo federal vive conflito de agendas entre o Ministério da Educação e a equipe econômica | Inovação Educacional | Scoop.it

A mexida no piso é um movimento que tem sido ventilado pelas pastas da área econômica desde o começo do governo Lula. Mas para fazer essas mudanças, é preciso aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PECs). Analistas apontam que um eventual fim do piso levaria a uma redução de investimentos na área.
— A educação básica ainda teria a garantia de financiamento através do Fundeb. Mas o ensino superior e os recursos que não entram como “manutenção e desenvolvimento do ensino”, como a merenda, ficariam vulneráveis a vontades políticas — afirma Tássia Cruz, economista da educação e professora da FGV.
Para Murilo Viana, consultor em finanças públicas, o volume de emendas parlamentares, que também impactam nos gastos do governo, deveria passar por ajustes, antes do piso da educação. Mas o ele reconhece que isso é politicamente inviável.
— Se forem mantidas as vinculações (como seguro-desemprego, abono salarial e os piso de educação e saúde) com o agigantamento do Congresso, a conta não fecha — avisa o consultor.
Possíveis alterações no piso ainda não têm sido tratadas internamente no MEC. Em nota, o ministério diz que “mantém diálogo dentro do governo para eventual ampliação de serviços importantes”.

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Pedagogia e licenciaturas: Conselho de Educação define limite de horas para ensino a distância; veja

Pedagogia e licenciaturas: Conselho de Educação define limite de horas para ensino a distância; veja | Inovação Educacional | Scoop.it
O Conselho Nacional da Educação (CNE) definiu que os cursos de formação para professores, como Licenciaturas e Pedagogia, terão de ser oferecidos com 50% da sua carga horária presencial. A educação a distância (EAD) para formar docentes no País tem crescido nos últimos anos, com muitos questionamentos sobre a qualidade.
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‘Agradeço à vida por ter vindo ao mundo nesta época tecnológica’, diz Gil no palco do Web Summit Rio 

‘Agradeço à vida por ter vindo ao mundo nesta época tecnológica’, diz Gil no palco do Web Summit Rio  | Inovação Educacional | Scoop.it
Aos 81 anos, o compositor recusa-se a se alinhar aos apocalípticos das redes. Para Gil, experimentar as novas ferramentas é uma espécie de dádiva, “uma felicidade”, a despeito do “lado ainda obscuro”
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Cota no streaming: Senado aprova projeto que obriga plataformas a oferecer produções nacionais

Cota no streaming: Senado aprova projeto que obriga plataformas a oferecer produções nacionais | Inovação Educacional | Scoop.it
Segundo a proposta, a Condecine será uma cobrança anual com alíquota máxima de 3%, incidindo sobre empresas com faturamento bruto anual acima de R$ 96 milhões
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Cidade mineira cria a própria moeda, a Ubérrima, para fomentar economia local

Cidade mineira cria a própria moeda, a Ubérrima, para fomentar economia local | Inovação Educacional | Scoop.it

Em Resplendor, cidadezinha mineira com 17,2 mil habitantes (Censo IBGE 2022), entre notas e moedas de reais, a partir deste mês, os moradores poderão carregar no bolso outro meio de pagamento físico: notas de Ubérrima.
No dicionário, a palavra "ubérrima" é sinônimo de abundante, de farto. Na cidade do interior de Minas Gerais, é dinheiro. A moeda pública local, segundo a prefeitura, é a primeira do tipo no Brasil, e foi desenvolvida e implementada com o apoio do Sebrae Minas Gerais.
Para isso, contou com um investimento de R$ 80 mil para a impressão de 70 mil cédulas. O PIB per capita do município era de R$ 15.972,45 em 2021, o dado mais atualizado do IBGE.

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A desindustrialização do emprego

A desindustrialização do emprego | Inovação Educacional | Scoop.it

Os Estados Unidos estão numa onda de produção de semicondutores. No início de abril, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) anunciou planos para estabelecer uma terceira unidade no Arizona para fabricar os chips mais avançados do mundo, aumentando seu investimento no Estado para US$ 65 bilhões. O investimento da TSMC é fortemente subsidiado pelo governo dos EUA pelo CHIPS and Science Act. A empresa receberá US $ 6,6 bilhões em subsídios e está elegível para US$ 5 bilhões em empréstimos. Também pode reivindicar crédito fiscal de investimento de até 25% de suas despesas de capital.
Esta notícia segue o recente anúncio da Intel de que receberá uma doação ainda maior de US$ 8,5 bilhões do governo dos EUA (juntamente com US$ 11 bilhões em empréstimos em “generosas condições”). A Lei CHIPS destinou US $39 bilhões para essas subvenções e acordos adicionais estão em preparação. De acordo com a Casa Branca, apenas nos últimos dois anos, quase US$ 300 bilhões em investimentos industriais foram comprometidos nos EUA.
O presidente Joe Biden vê esses acordos como prova de um renascimento da indústria nos EUA. “Onde é que está escrito que não seremos a capital industrial do mundo novamente?”, pergunta ele. Seu governo pode não ter muito em comum com a anterior Casa Branca de Trump, mas certamente partilha uma preocupação com a revitalização da indústria.
Existem várias razões pelas quais a indústria transformadora voltou a ser o foco da política econômica. Para começar, o setor desempenha um desproporcional papel na promoção da inovação e da produtividade na economia, e a pandemia destacou os riscos das extensas cadeias internacionais de abastecimento. Numa era de intensificada concorrência geopolítica, especialmente face à China, os políticos dos EUA consideram imperativo fabricar tecnologias avançadas, como semicondutores, em solo americano.
Além disso, há o objetivo de criar bons empregos. “Desencadear um renascimento da indústria transformadora, da construção e da energia limpa” está no topo da agenda do governo para a construção de uma economia com bons empregos. À primeira vista, esse objetivo faz muito sentido. Historicamente, os empregos industriais sindicalizados têm sido a base da classe média. O desaparecimento de empregos industriais bem remunerados no cinturão da ferrugem dos Estados Unidos e em outros locais - devido à globalização e à mudança tecnológica - é, pelo menos em parte, responsável pela ascensão do populismo autoritário.
A automatização e a tecnologia orientada para as competências tornaram muito improvável que a indústria possa tornar-se a atividade de absorção de mão-de-obra que já foi. Serviços continuarão ser o principal motor da criação de emprego
A produtividade do trabalho na indústria transformadora dos EUA cresceu quase seis vezes desde 1950, em comparação com uma simples duplicação no resto da economia. O resultado foi um impressionante aumento na capacidade do setor industrial de produzir bens, mas também um declínio igualmente dramático na sua capacidade de gerar empregos. Embora o valor agregado na indústria transformadora (a preços constantes) tenha, em geral, acompanhado o ritmo do resto da economia dos EUA, 6 milhões de empregos na indústria transformadora foram perdidos desde 1980, enquanto 73 milhões de empregos não agrícolas foram criados em outros lugares (principalmente no setor de serviços).
Quando Donald Trump assumiu a Presidência em janeiro de 2017, a percentagem na indústria transformadora dos EUA do emprego não agrícola era de 8,6% Quando deixou o cargo, esse número tinha caído para 8,4%, apesar da sua tentativa de reforçar o emprego por meio de tarifas de importação. E apesar dos esforços significativamente mais ambiciosos de Biden, o emprego na indústria caiu ainda mais, para 8.%. O declínio do emprego na indústria transformadora enquanto porcentagem do emprego total (mesmo que não em termos absolutos) parece ser uma tendência irreversível.
Um cético poderia opor que as políticas de Biden não deram frutos e ainda não foram refletidas nas estatísticas oficiais. Mas o fato é que as fábricas de semicondutores com grande intensidade de capital geram poucos empregos, relativamente ao investimento físico que requerem. Espera-se que os três fabulosos investimentos da TSMC no Arizona empreguem apenas 6.000 trabalhadores - o que equivale a mais de US$ 10 milhões por emprego. Mesmo que as dezenas de milhares de empregos adicionais projetados nas indústrias fornecedoras se concretizem, isso representa um insignificante retorno ao nível de emprego.
Além disso, procuramos em vão em todo o mundo exemplos bem-sucedidos de reversão da desindustrialização do emprego. A Alemanha tem um setor industrial maior que os EUA, proporcionalmente ao tamanho da sua economia, mas a percentagem de empregados na indústria caiu como uma rocha. A Coreia do Sul alcançou o feito notável de aumentar de forma constante o peso da indústria transformadora na economia nas últimas décadas, mas isso não impediu que a porcentagem de emprego do setor diminuísse. Mesmo na China, a potência industrial mundial, o emprego no setor está caindo há mais de uma década, tanto em termos absolutos como em percentagem do emprego total.
É difícil evitar a conclusão de que aumentar o emprego na indústria é como perseguir uma meta em rápido declínio. O mundo seguiu em frente e a natureza das tecnologias de produção mudou de modo irreversível. A automatização e a tecnologia orientada para as competências tornaram extremamente improvável que a indústria transformadora possa tornar-se a atividade de absorção de mão-de-obra que já foi. Quer queiramos quer não, serviços como o varejo, os serviços de cuidados e outros serviços pessoais continuarão a ser o principal motor da criação de emprego. Isso significa que precisamos de diferentes tipos de políticas de bons empregos, com maior enfoque na promoção da produtividade e na inovação favorável ao trabalho nos serviços.
Isto não significa sugerir que a Lei CHIPS ou outras políticas para impulsionar a produção sejam necessariamente equivocadas ou falhas. Podem muito bem fortalecer a base industrial do país e promover uma inovação maior. Mas a reconstrução da classe média, a criação de suficientes bons empregos e o revigoramento das regiões em declínio exigem um conjunto de políticas totalmente diferente.

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BIC amplia presença no mundo digital

BIC amplia presença no mundo digital | Inovação Educacional | Scoop.it

Até décadas atrás, era comum encontrar várias canetas espalhadas pela casa, e não apenas nas mochilas dos estudantes. A mudança de hábito veio com o avanço da tecnologia que fez com que os celulares assumissem o papel de bloco de notas digital - especialmente entre os mais jovens. Para tentar se aproximar desse público, a maior fabricante de canetas do mundo, a francesa BIC está aumentando a sua presença nas redes sociais, em jogos eletrônicos e até no metaverso.
“A decisão reflete uma abordagem proativa para nos adaptarmos aos comportamentos e preferências dos consumidores”, afirma Gonzalve Bich, presidente global da companhia, em entrevista ao Valor . “Trata-se de criar conexões mais profundas com nossos clientes e abraçar tecnologias emergentes para manter nossa posição na vanguarda da inovação”, acrescenta. O executivo, neto do fundador da companhia Marcel Bich, comanda a BIC há seis anos. Graduado em História pela Harvard University em 2001, Bich começou a trabalhar na companhia em 2003. Sua família controla a empresa.
O executivo, que veio recentemente ao Brasil, frisa que a decisão de investir no mundo virtual não está atrelada a uma possível queda nas vendas - na verdade, a receita tem aumentado desde 2021. Mas os balanços indicam um recuo no ritmo de crescimento.
Em 2023, a empresa, que além de canetas, produz isqueiros e aparelhos de barbear, teve vendas líquidas de € 2,26 bilhões, alta de 9,2% em moeda constante ante 2022. Usando a mesma métrica, a companhia teve um salto de 13,8% há dois anos em relação a 2021 e de 15,9% ante 2020. A expectativa da Bic é que até 2025 a receita suba entre 5% e 7%.
Por aqui, a estreia da BIC no mundo digital aconteceu no fim do ano passado, com a entrada da marca no jogo Fortnite, que possui 28 milhões de jogadores somente no Brasil. A estratégia, divulgada em dezembro pelo Valor, não é à toa: o país tem a segunda maior operação do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
No ano passado, as vendas da Bic no Brasil registraram crescimento de dois dígitos, impulsionando os ganhos da companhia. “O preço favorável e a variedade de produtos desempenharam um papel significativo, especialmente com linhas emblemáticas como as de canetas 4 cores e canetinhas de colorir. Além disso, o aumento na distribuição de isqueiros decorados contribuiu para o desempenho positivo das vendas”, explica o executivo, sem abrir os valores. Bich cita ainda o lançamento do acendedor de bolso (um tipo de isqueiro) Bic EZ Reach como importante fator para a receita no quarto trimestre.
Já a expectativa, para 2024, é que a América Latina tenha um avanço de moderado a alto no mercado de materiais de papelaria, enquanto nos segmentos de isqueiros e lâminas deve apresentar um aumento mais forte.
“Nossa crença é que, ao integrar nossos produtos físicos nessas experiências digitais, podemos nos conectar com os consumidores em seus habitats digitais e mostrar o valor e a versatilidade de nosso portfólio”, diz o CEO. A meta é fazer da BIC mais do que apenas um fornecedor de materiais de papelaria, mas “um catalisador para a criatividade e a autoexpressão”.
A presença digital também desempenha um papel na promoção da fidelidade à marca, explica o executivo. A estratégia de marketing não se resume à presença em plataformas de criação de jogos como o Roblox, até porque a marca está nos estágios iniciais de exploração e experimentação nesse espaço. “Investimos em canais mais tradicionais como campanhas em redes sociais, parcerias com influenciadores, eventos de marketing de experiencial e esforços de engajamento comunitário”.
O próximo passo será monitorar as respostas dos consumidores às estratégias. Isso é importante porque o perfil dos clientes é bastante diversificado. “Observamos mudanças nas preferências impulsionadas por fatores como digitalização, preocupação com sustentabilidade e o desejo por personalização. Os mais jovens, em particular, demonstram um interesse crescente por ferramentas digitais e opções ‘ecofriendly’, além de uma preferência por produtos personalizados”, afirma Bich.

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Diploma x Habilidades: o que realmente importa para o sucesso profissional hoje?

Diploma x Habilidades: o que realmente importa para o sucesso profissional hoje? | Inovação Educacional | Scoop.it

Em um mundo do trabalho que se transforma rapidamente, onde funções e cargos desaparecem e se reconstroem de formas diferentes, onde novas habilidades são exigidas todos os dias dos profissionais e líderes, um diploma de faculdade ainda significa muito? O que foi aprendido em quatro, cinco ou até seis anos em uma universidade reflete os desafios que serão enfrentados nos próximos 20, 30 ou 40 anos na jornada de trabalho?
Antes que pensem que o meu discurso vai contra o ensino superior, peço calma, esse não é um artigo defendendo o fim das faculdades. Pelo contrário, eu estou sempre do lado da educação, seja ela como for. Aqui, trago apenas algumas reflexões sobre o modelo implementado hoje, especialmente pensando na oportunidade que as universidades têm de se tornarem grandes pontos de partida para desenvolverem a habilidade que realmente faz sentido para o mercado hoje: a capacidade de aprender a aprender, desaprender e reaprender.
 Mas como? Primeiramente, pensando na exponencialidade do impacto das inteligências artificiais e das tecnologias disruptivas no mercado, os profissionais que conseguem executar tarefas que máquinas não conseguem já estão com uma grande vantagem competitiva. Logo, as escolas e universidades que saírem na frente para ensinar aos seus alunos habilidades comportamentais como inteligência emocional, resiliência, empatia, capacidade de aprendizagem e competências de liderança serão certamente mais relevantes para o cenário da educação no Brasil e no mundo. Bem como, trazerem para sua experiência o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas e forte pensamento analítico.
O que diz a CLT sobre banco de horas e como funciona
 Partindo desse raciocínio, um artigo publicado pela Harvard Business Review reflete como é difícil argumentar que a aquisição de conhecimento historicamente associada a um diploma universitário ainda seja relevante, mas mostra também um impasse já que a democratização do ensino e, consequentemente, a maior facilidade para adquirir esse diploma é também um dos motivos pelos quais “concluir os estudos”, como se diz (equivocadamente) no senso comum, é não só uma regra, como uma exigência para a sociedade hoje. Ou seja, ao passo em que nos questionamos sobre a efetividade do diploma universitário, também percebemos que ele é ainda hoje um pré-requisito para recrutadores e empresas. 
Valor Real x Valor Percebido de um Diploma Universitário
Como líder, posso dizer que é frequente o debate sobre o gap entre o que os profissionais que admitimos em nossas empresas aprendem na faculdade e o que realmente se espera que eles saibam para estarem preparados para o cargo. Este é um tema importante quando observamos o grande – e ainda crescente – número de pessoas que possuem diplomas universitários: acima de 40% dos jovens entre os 25 e os 34 anos (dado referente aos países da OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Óbvio, cenário global nesta minha análise inicial. Quando olhamos para o Brasil, temos um número bem distinto, em torno de 21% dos jovens com ensino superior. Mas que também apresenta o mesmo desafio sobre o gap com o mercado de trabalho.
Ou seja, enquanto nós, como sociedade, ainda assumimos que o diploma universitário é um indicador definitivo de competência e preparação profissional, sua relevância prática está decrescendo. Embora o valor percebido do diploma permaneça alto devido às expectativas sociais e práticas de recrutamento, seu valor real como indicador de competência diminui. O mercado de trabalho atual valoriza mais a capacidade de adaptação, aprendizado contínuo e aplicação eficaz de conhecimentos do que simplesmente a posse de um diploma.
A correlação entre o nível de educação e o desempenho profissional de um indivíduo é fraca e não sou eu quem afirmo isso. Na verdade, esse fato foi resultado de um estudo feito por 85 anos pelos professores Frank Schmidt (Universidade de Iowa) e John Hunter (Universidade de Michigan), onde eles afirmam que as pontuações de inteligência são um indicador muito melhor para medir o potencial de um profissional. Sendo assim, no contexto de recrutamento e seleção, as notas acadêmicas são indicativas de quanto um candidato estudou, mas seu desempenho em um teste de inteligência reflete sua capacidade real de aprender, raciocinar e pensar logicamente.
E agora? Para onde vamos?
Empresas como Google , Amazon e  Microsoft destacaram a importância da capacidade de aprendizagem e a curiosidade como indicadores-chave do potencial de carreira. Outro relatório feito pelo especialista em RH, Josh Bersin, observou que as empresas hoje são tão propensas a selecionar candidatos pela sua adaptabilidade, adequação à cultura e potencial de crescimento como pelas competências técnicas. O ensino superior pode aumentar (e muito) a sua relevância se passar a incluir nas grades de aprendizagem o desenvolvimento de habilidades críticas e interpessoais, tão fundamentais e diferenciais hoje no mercado de trabalho.
O buraco dessa discussão, no entanto, é definitivamente mais profundo. Precisamos debater sobre novos padrões de ensino no Brasil, além de novas formas de abordagens nos processos seletivos para maior alinhamento de expectativas diante de uma contratação. O ponto aqui é trazer os questionamentos acerca do que se pode melhorar na experiência de aprendizagem no ensino superior, já que ele cumpre papéis certamente fundamentais na formação social dos indivíduos além de ser um pré-requisito para um profissional bem sucedido no Brasil e no mundo, como vimos nos dados apresentados ao longo do texto.
A chave para uma educação que prepare verdadeiramente os profissionais para os desafios futuros pode residir na colaboração mais estreita entre universidades e empresas. Ao unirem forças, essas instituições podem desenvolver currículos que não apenas acompanhem as rápidas mudanças tecnológicas, mas que também estejam alinhados com as necessidades reais do mercado de trabalho. Esta parceria pode facilitar a integração de habilidades práticas e teóricas, tornando a experiência educacional mais dinâmica, relevante e diretamente aplicável aos ambientes profissionais. Ao invés de cada parte operar em silos, a fusão de conhecimento acadêmico com a experiência prática da indústria poderia criar um novo paradigma para a educação do futuro, beneficiando estudantes, profissionais e a sociedade como um todo.

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Ferramenta de inteligência artificial do governo paulista já corrigiu mais de 400 mil redações desde dezembro

Ferramenta de inteligência artificial do governo paulista já corrigiu mais de 400 mil redações desde dezembro | Inovação Educacional | Scoop.it
Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram ainda que a Secretaria Estadual da Educação prevê gastar R$ 900 mil por mês pela ferramenta de 'assistente de correção virtual' da plataforma Redação Paulista.
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ONGs acusam Porto Seguro de separar bolsista de pagante 

ONGs acusam Porto Seguro de separar bolsista de pagante  | Inovação Educacional | Scoop.it
OUTRO LADO: escola refuta acusação de racismo e reitera o compromisso de atuar para a 'formação acadêmica de excelência de todos os alunos'
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Pearson destaca a tendência educacional das microcertificações

Pearson destaca a tendência educacional das microcertificações | Inovação Educacional | Scoop.it
Com mais de 25 milhões de usuários atendidos pela maior desenvolvedora de credenciais profissionais do mercado, a Credly permite que os estudantes obtenham certificações em diversas áreas, como educação, negócios, tecnologia e artes, em seu próprio ritmo, enquanto estudam ou trabalham em tempo integral. “Essas soluções digitais facilitam o acesso ao conhecimento e oferecem uma maneira eficaz de adquirir habilidades valiosas para o mercado de trabalho”, explica a diretora.
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Ministério da Educação estuda criar universidade indígena | Educação

Ministério da Educação estuda criar universidade indígena | Educação | Inovação Educacional | Scoop.it
Portaria criou grupo de trabalho para analisar viabilidade técnica e orçamentária da instituição. Proposta semelhante já foi discutida em 2014.
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Pesquisa da UNESCO aborda implementação do Novo Ensino Médio

Pesquisa da UNESCO aborda implementação do Novo Ensino Médio | Inovação Educacional | Scoop.it

A apresentação dos dados aconteceu no dia 11 de abril e foi contemplada com uma análise de pesquisadores por categoria: estudantes, professores e gestores. Os aspectos metodológicos e detalhados sobre a amostra foram apresentados em webinário, que está disponível no YouTube. O material oriundo dessa pesquisa, que tem o apoio do Ministério da Educação (MEC), está publicado no site da UNESCO. 
No contexto da Consulta Pública instituída pela Portaria nº 399, de 8 de março de 2023, para avaliar e reestruturar a Política Nacional de Ensino Médio, a pesquisa foi um dos mecanismos adotados para coletar informações envolvendo estudantes, professores e gestores escolares em todas as 27 unidades da Federação, conforme previsto na Portaria. 

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Uso de ChatGPT no ensino exige cuidado, alerta especialista

“A inteligência artificial pode ajudar a planejar, a fazer a gestão da aprendizagem. Isso eu acredito que potencialmente pode acontecer. Mas é alguma coisa muito nova que precisa ser investigada, ser pesquisada. E o que nós não podemos esquecer, de jeito nenhum, é o papel central do professor”, destaca a pesquisadora.
A Secretaria de Educação do estado anunciou nesta semana que planeja implementar um projeto-piloto para incluir a inteligência artificial como uma das etapas do processo de “atualização e aprimoramento de aulas” digitais do terceiro bimestre dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio.

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Inep defende que Enem não irá avaliar itinerários formativos

Inep defende que Enem não irá avaliar itinerários formativos | Inovação Educacional | Scoop.it

Os itinerários formativos previstos na Política Nacional do Ensino Médio não devem ser objeto de avaliação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A avaliação é do diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Rubens Lacerda, que participou nesta quinta-feira (18) de audiência pública na Comissão de Educação do Senado para debater o PL 5.230/2023, que prevê a nova reforma do ensino médio. 
Para Lacerda, o Enem não é o melhor lugar para avaliar os itinerários formativos, pois isso resultaria em um engessamento dessa parte do currículo.

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"Só talento não é suficiente", diz KondZilla sobre a carreira de criador de conteúdo

"Só talento não é suficiente", diz KondZilla sobre a carreira de criador de conteúdo | Inovação Educacional | Scoop.it
O empresário participou do Web Summit Rio 2024 nesta terça (16) e falou sobre profissionalização de influenciadores e estruturação de empresas de economia criativa
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Associações de faculdades e ensino a distância reagem a limite de EAD em licenciaturas: ‘Inviável’

Associações de faculdades e ensino a distância reagem a limite de EAD em licenciaturas: ‘Inviável’ | Inovação Educacional | Scoop.it

O Conselho Nacional da Educação (CNE) estabeleceu que os cursos de formação para professores, como Licenciaturas e Pedagogia, terão de ser oferecidos com 50% da sua carga horária presencial, conforme revelou o Estadão. O parecer ainda precisa ser homologado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), mas a reportagem apurou que a expectativa é de dar aval à nova definição.
A maior parte das associações de faculdades e de educação a distância (EAD) critica o novo limite de aulas a distância e aponta dificuldades para seguir o modelo. O ensino não presencial para formar docentes no País tem crescido nos últimos anos e impulsionado a expansão do setor, que perdeu fôlego após a desidratação do Fies, programa federal de financiamento estudantil.

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Por que os brasileiros e imigrantes são cada vez mais necessários no Japão, e não apenas como trabalhadores

Por que os brasileiros e imigrantes são cada vez mais necessários no Japão, e não apenas como trabalhadores | Inovação Educacional | Scoop.it
Economistas alertam para o risco de segmentos significativos do mercado simplesmente desaparecerem devido ao envelhecimento da população e às baixas taxas de natalidade
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Custo para desenvolver modelos de IA dispara | Empresas

Custo para desenvolver modelos de IA dispara | Empresas | Inovação Educacional | Scoop.it

A divulgação esta semana do Artificial Intelligence Index Report (Relatório do Índice de Inteligência Artificial), uma avaliação de 500 páginas da indústria global feita pela Universidade Stanford, fornece munição para os dois argumentos. Mas o mais impressionante é a onipresença atual das grandes empresas dos Estados Unidos - incluindo Google, Meta (dona do Facebook e Instagram, por exemplo) e Microsoft - em termos de pesquisas, investimentos e desenvolvimento de modelos de IA.
As empresas do setor privado certamente arregimentaram muitos dos mais inteligentes pesquisadores da IA. Em 2011, cerca de 41% dos pesquisadores recém-formados com doutorado em inteligência artificial nos EUA e no Canadá permaneceram no mundo acadêmico, com a mesma proporção indo para o setor corporativo. Em 2022, apenas 20% permaneceram no meio acadêmico, com 70% ingressando no setor corporativo.
Esses pesquisadores permitiram aos Estados Unidos criar 61 dos mais notáveis modelos de IA nos últimos 20 anos, comparado a 25 na União Europeia e no Reino Unido juntos, e 15 na China, segundo o relatório.
Mas o custo do desenvolvimento desses modelos disparou. A OpenAI, desenvolvedora da inteligência artificial generativa ChatGPT, gastou US$ 78 milhões em poder de computação para treinar seu modelo GPT-4, enquanto a Google gastou US$ 191 milhões no Gemini Ultra, segundo estima o relatório. No ano passado, os investimentos do setor privado em IA nos EUA somaram US$ 67,2 bilhões, montante significativamente maior que os dos dois países seguintes: China (US$ 7,8 bilhões) e Reino Unido (US$ 3,8 bilhões).
Algumas pessoas afirmam que a IA será a nova via férrea, ou rede de telecomunicações, da economia do século XXI, sobre a qual todo o resto vai funcionar. Se assim for, as gigantes de tecnologia dos EUA podem estar usurpando algumas das funções tradicionais dos governos, empresas de investimentos e legisladores na construção e gestão da infraestrutura, ao mesmo tempo em que redigem e aplicam as regras.
“A principal conclusão é que a indústria domina”, afirma Russel Wald, vice-diretor do Instituto Stanford para a Inteligência Artificial Centrada no Ser Humano, que produziu o relatório. “Precisamos encontrar uma maneira de o setor público ainda ter um lugar à mesa.”
Mas embora os gigantes tecnológicos dos EUA possam produzir os modelos de IA mais poderosos, eles não podem controlar todas as formas como eles são aplicados. Nesse aspecto, há grandes oportunidades para outros países e empresas menores competirem. Um dos aspectos mais intrigantes do relatório de Stanford é a forma como as pesquisas sobre percepção pública mostram que as pessoas nos países emergentes parecem mais entusiasmadas com as possibilidades da IA do que as do Ocidente desenvolvido.
Mais de 70% dos indonésios, tailandeses e mexicanos acreditam que a IA será mais benéfica do que prejudicial, segundo uma pesquisa feita pela Ipsos no ano passado. Isso se compara com apenas 37% nos EUA e França. Uma proporção maior de entrevistados disse ser usuária ativa diária do ChatGPT no Paquistão, Quênia, Índia e Brasil, do que nos EUA e Reino Unido, segundo outra pesquisa feita pelo Schwartz Reisman Institute.
A China vem sendo rápida na aplicação da IA em utilizações no mundo real, respondendo por 61% das patentes mundiais de IA, comparado a 21% dos EUA. Ela também está se afastando da manada quando se trata de robôs industriais, tendo já instalado 21% do total global.
A demografia desempenha um grande papel ao moldar atitudes. Cerca de 90% dos jovens do mundo vivem fora do Ocidente desenvolvido e têm interesse em se envolver com a economia digital, segundo afirma Payal Arora, um acadêmico indiano e autor de um livro a ser publicado intitulado “From Pessimism do Promise”. Para muitos deles, a tecnologia representa oportunidades.
“O pessimismo é privilégio daqueles que podem se dar ao luxo de viver desencantados”, disse Arora esta semana na conferência do Minderoo Centre for Technology and Democracy em Cambridge, no Reino Unido. “Precisamos estourar a bolha do pessimismo.”
Conforme responderam outros na conferência, o domínio das companhias americanas de IA poderá criar novas formas de tecno-feudalismo ou colonialismo de dados, como acontece com as redes sociais. Nessa nova ordem mundial, as economias emergentes serão aquelas que vão acatar as regras, e não elaborá-las, ficando ainda mais despojadas de soberania. Mas alguns pensam que isso reflete apenas a realidade do momento. A IA poderá dar a elas a oportunidade de reescrever o roteiro.

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Rendimento de 1% mais rico é 39,2 vezes o dos 40% mais pobres, diz IBGE

Rendimento de 1% mais rico é 39,2 vezes o dos 40% mais pobres, diz IBGE | Inovação Educacional | Scoop.it

Renda per capita média dos 1% mais ricos no país é de pelo menos R$ 20.664 por mês
Em 2023, o rendimento médio das pessoas do grupo dos 1% mais ricos do Brasil foi de R$ 20.664 por mês, em média, o correspondia a 39,2 vezes o rendimento daqueles no grupo dos 40% mais pobres (R$ 527).
O retrato da desigualdade de renda no Brasil está na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2023 - Rendimento de Todas as Fontes, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem entre 2022 e 2023, essa distância teve leve alta, já que era de 38,9 vezes no ano anterior.
Esta razão entre o rendimento médio dos mais pobres e os mais ricos mostrou trajetória de redução de 2012 (46,2 vezes) até 2014 (40 vezes), a partir de quando voltou a crescer até alcançar o pico da série em 2019 (48,9 vezes), recuou em 2020 (41,8 vezes) e avançou em 2021 (47 vezes).
“Apesar do substancial aumento do rendimento médio domiciliar per capita em todos os estratos, quando comparados os rendimentos médios das diferentes classes de renda observa-se que a desigualdade no país permanecia bastante acentuada”, escreveu o IBGE na publicação.
Outra forma de olhar para a concentração de renda é contrapor o grupo dos 1% mais ricos ao dos 5% mais pobres. As pessoas do grupo de maior rendimento tinham renda média per capita de R$ 20.664 por mês, o correspondente a 164 vezes o valor de R$ 126 das pessoas na classe das 5% mais pobres do país.

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